Olá, leitores! Estou de volta (e mais atrasada do que de
costume – imprevistos acontecem), hoje falarei sobre um filme que foi uma
grande surpresa para mim, uma surpresa ótima, vale destacar: Eu, mamãe e os meninos.
Eu, mamãe e os meninos (Les
garçons et Guillaume, à table!) é o primeiro filme de Guillaume Gallienne
como diretor (antes havia se dedicado somente à carreira de ator). Este longa é
baseado em seu one-man-show, que é, por sua vez, inspirado na vida de
Gallienne. Também foi o maior destaque dos Prêmios César 2014 (a maior
premiação cinematográfica francesa), levando 5 prêmios, incluindo o de melhor
filme e melhor ator (Gallienne).
O filme começa com Gallienne se preparando para entrar em
cena em seu one-man-show, e quando esse momenta chega, entramos de cabeça em
sua história.
Guillaume (interpretado pelo próprio Gallienne) é um garoto
que mora com os pais e seus dois irmãos, porém, ao contrário dos homens da
família, ele não é nada atlético, aventureiro e não compartilha nenhum de seus
interesses, sendo, então, mais próximo da mãe (também interpretada por
Gallienne).
A partir daí o espectador percebe que há algo diferente em
Guillaume: ele pensa que é uma menina! Ele se orgulha profundamente de
conseguir enganar todos os conhecidos ao fingir ser a própria mãe, que é a
pessoa por quem ele mais nutre uma admiração (essa admiração é meio exagerada,
mas é muita bonita). Além disso, há momentos em que Guillaume tem, claramente,
um tratamento diferenciado dos outros irmãos, isso fica evidente quando a mãe
chama todos para almoçar gritando: “Les garçons et Guillaume, à table!” cuja
tradução seria o equivalente a “meninos e Guillaume, está na mesa!” por que
Guillaume não está incluído em “meninos”? Ainda estamos na fase a vida de
Guillaume em que ele ainda é um adolescente.
Certa noite, depois do jantar, Guillaume está em seu quarto
quando brincando de Sissi e está vestido do que seria a própria Sissi só que
com um edredom como saia e seu pai entra em seu quarto. Guillaume consegue se
livrar da situação, mas o pai aparece sempre incomodado com a personalidade e o
tratamento que Guillaume recebe, então o garoto não escapa do próximo deslize e
é mandado para um internato – para meninos.
Depois de anos nesse internato, Guillaume, já chamado pelos
meninos de “bicha”, vai para um internato na Inglaterra, onde ele desenvolve
uma paixão por Jeremy e depois sofre de desilusão, pois Jeremy está com outra
menina. Até o momento de conversar com sua mãe sobre o assunto, Guillaume não
tinha percebido o fato de ele não ser uma menina, e sim, de ser gay, segundo
sua mãe. A partir daí, Guillaume começa a tentar se descobrir, vai a
psicanalistas, a um spa, e seguindo conselho de sua tia, a baladas gays também,
e a enfrentar seus medos.
Desse momento em diante, não poderei dividir mais o enredo
com vocês (espero que tenha conseguido aumentar a vontade de vocês para
assistir ao filme). O longa é impressionante, há questões psicológicas muitos
fortes aí, sendo a mãe de Guillaume a mais interessante delas, aliás, a atuação
de Gallienne, tanto como ele mesmo quanto como sua mãe é incrível, é tão
natural que demorou para minha amiga, que estava junto comigo no cinema,
perceber que era o mesmo ator! A
história acerta, com perfeição, as pitadas de comédia e drama, tirando boas
risadas dos espectadores. O fim do filme é belíssimo e muito interessante. É um
filme que vale muito a pena ser assistido.
Eu, mamãe e os meninos estava (não sei se vai passar hoje)
em cartaz junto com outros filmes franceses no Festival Varilux de Cinema
Francês, que começou dia 9 e vai até o dia 16 (hoje).
Espero que tenham gostado e que corram pro cinema! Quem sabe
ainda não dá tempo de pegar um filminho francês (os meus preferidos!)? Até a
próxima!
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