Por Sofia Lobo
Antoine
Doinel (Jean Pierre Léaud) tem 14 anos e muitos problemas. Em casa, os pais são
omissos. Odeia a escola e vive aborrecendo o professor autoritário, que o
castiga freqüentemente. Decide fugir de casa e recebe ajuda de um colega de
escola, que o acolhe em casa. Antoine passa a viver de pequenos furtos, quando
é pego tentando devolver a máquina de escrever que roubara do escritório onde seu
pai trabalha. Passa uma noite na cadeia e depois é mandado para um
reformatório, onde também não se adapta.
É
inegável o fato de que Doinel é alter-ego de François Truffaut, renomado
diretor francês e pioneiro do Nouvelle Vague. Truffaut nasceu em 6 de fevereiro
de 1932 em Paris e nunca conheceu o pai biológico. Seu sobrenome foi herdado do
pai adotivo, Roland Truffault. Foi uma criança rebelde e, assim como Antoine,
fugiu de casa e cometeu pequenos furtos. Truffaut afirma que tentou retratar
fielmente no filme fatos ocorridos em sua infância, como o roubo da máquina de
escrever, a estada no reformatório e a ausência dos pais. Além disso, Doinel e
Truffaut têm em comum o amor pelo cinema e pela literatura.
Os Incompreendidos (Les
400 Coups – “pintar o sete”, em tradução livre para o português)
é o primeiro longa de François Truffaut e um dos mais prestigiados. Ainda que
não seja a primeira produção do movimento que revolucionou o cinema francês, Nouvelle
Vague, o longa deu início à idéia do cinema autoral, no qual o diretor
participa de todas as etapas do processo de produção do filme. Os
Incompreendidos foi produzido com poucos recursos, mas possui estética
reverenciada até hoje, com primeiros planos e seqüências que nos aproximam do
personagem e enfatizam suas emoções. Assim, as idéias lançadas por esse filme,
como o conceito de cinema autoral e com recursos limitados, privilegiando a
crítica social e a qualidade da estética, influenciaram o cinema produzido em
várias partes do mundo, como o do Brasil (Cinema Novo).
Além
da importância histórica, Os Incompreendidos inovou ao retratar a infância sem
pieguices e sentimentalismos. A história do jovem Antoine (que segue em outros
filmes do diretor interpretados pelo mesmo ator) é solitária, triste e realista.
Entretanto, Truffaut consegue mostrar beleza, esperança e honestidade em meio à
dor e solidão presentes na vida de seu alter-ego.
Nossa.. me lembrei do filme Christiane F. Drogada e prostituída.
ResponderExcluirEsse filme citado deve ser bom. Vou baixar ele ^^
beju
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