Por: Raquel Morelli,
publicado originalmente na coluna "Minhas Palavras" do blog Dear Book.
Certa vez, li uma frase que dizia o seguinte:
“E daí? Você foi uma ilusão boa”. Então, automaticamente me lembrei daquela
outra frase: “Você não se apaixonou pelo menino real e sim, pela imagem que
criou dele. A tristeza que você está sentindo, é apenas pelo fato de ter
percebido que aquele garoto que você inventou, simplesmente não existe”.
Unindo-as, eu, depois de muitos anos, consegui
entender o que exatamente sentia por você. Você sempre foi a exceção a minha
regra. Eu sabia que não era exatamente amor o que eu sentia por você, mas não
sabia decifrar esse sentimento. Mas agora, somente agora, vejo que o nome
daquilo era ilusão. Sim, eu sempre te olhava (você sempre foi muito bonito),
mas nunca cheguei de fato a ter uma grande convivência com você. Apenas
conversinhas aqui e ali. Mas não ao ponto de se apaixonar verdadeiramente. Eu
não posso me apaixonar e cair de amores por alguém que eu mal conheço.
Mas o que eu sempre pude, era fantasiar. Usar
o seu exterior e criar um interior tão belo quanto mesmo que, na vida real,
você poderia não ter. E foi isso o que eu fiz. Passei anos vivendo essa ilusão
boa, te amando por dentro da cabeça e sempre me contentei com isso. Mesmo sem
saber o que era e por que era. Por fim, percebi que tudo não passou de um sonho
bom, mas que uma hora a realidade chama para vivê-la. E eu atendi ao chamado.
Resolvi te deixar na memória, bem guardadinho. Dentro da minha mente, onde é a
casa da ilusão que vivi. E comecei a viver, agora, a realidade.
É que eu não sou mais uma mocinha que se
contenta com fantasias. Eu agora sou uma mulher que vai realizá-las com alguém
de verdade e não com alguém ilusório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário