Os Infiltrados (The Departed, 2006), filme que rendeu o merecido
Oscar de melhor direção a Martin Scorsese, possui um clima daqueles filmes de ação
dos anos 70, quando retratavam a violência urbana de maneira muito realista e
sem preocupações com “a moral e os bons costumes”.
O título do filme sugere seu
roteiro. Tanto a polícia quanto a máfia irlandesa possuem infiltrados. Um deles
é Colin Sullivan (Matt Damon), protegido de Frank Costello, chefe da máfia.
Sullivan foi recrutado por Costello, por assim dizer, ainda garoto. Tornou-se o
melhor aluno da academia de polícia e infiltrou-se na polícia estadual.
O outro é o solitário Billy
Costigan (Leonardo Dicaprio). Ele também entrou para a academia, mas sua
família tem um histórico criminal com a máfia irlandesa, o que permite que se
infiltre no meio de Costello sem suspeitas.
O interessante na trama é
que Sullivan e Costigan, ambos infiltrados, são personagens opostas. O primeiro
é dissimulado e manipulador. O segundo não consegue esconder o fato de que vive
perturbado por não poder ser quem realmente é. Apesar das diferenças, ambos têm
algo em comum: os dilemas morais que os atormentam.
Em Os Infiltrados, nada é o
que parece ser e a tensão nem nos faz sentir as quase duas horas e meia de
filme. Nada é muito simples e, quando achamos que tudo está acertado, há
reviravoltas.
Os atores deram conta de
interpretar a duplicidade dos personagens e Jack Nicholson como Costello é
naturalmente sarcástico e subversivo.
Complexo e surpreendente, Os Infiltrados tornou-se um clássico e
ao mesmo tempo moderno filme sobre gângsteres.
Infelizmente, essa é a minha última postagem. Decidi criar um blog próprio sobre cinema e algo mais. Ainda é um projeto, mas espero que em breve ele vá ao ar.
Quero agradecer à Raquel, pelo espaço que abriu no blog para minhas resenhas e também pelo incentivo que sempre me deu.
Foi uma ótima experiência e espero que tenham gostado!
Até breve,
Sofia Lobo
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