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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tudo acontece em Elizabethtown (2005)


Por Sofia Lobo
Quem apenas tenha assistido aos épicos protagonizados por Orlando Bloom sentirá certo estranhamento ao vê-lo como o desesperançoso Drew Baylor. O jovem, prestes a suicidar-se pelo que talvez tenha sido o maior fracasso de sua vida, recebe uma ligação inesperada e inoportuna. É sua irmã, Heather (Judy Greer), anunciando a morte do pai de ambos. Drew se vê obrigado a adiar o plano masoquista de suicídio e vai à pequena cidade natal do pai, a pacata Elizabethtown, em Kentucky.
No caminho, Drew conhece Claire Colburn (Kirsten Dunst), jovem aeromoça assustadoramente prestativa por quem logo nutre certo encanto e afeto e que o ajudará a encarar o fracasso.
Além disso, quando conhece a família e os amigos de seu pai, Baylor percebe que os anos que passou trabalhando o fizeram perder a companhia de seu pai e a deixar de viver experiências que realmente importam. Aos poucos ele passa a enxergar a vida de outra maneira.
Apesar do clichê da jovem que ensina o fracassado a superar a dor e a aproveitar as coisas simples da vida, o otimismo de Tudo Acontece em Elizabethtown (2005), do diretor Cameron Crowe, não chega a ser enfadonho ou açucarado. Pode-se dizer que seja realista. A cada cena, sempre sob o olhar de Drew e repletas de humor, o filme propõe que se bata de frente com a dor, o fracasso e a humilhação.
A intenção de Cameron Crowe é explicitamente nos “pegar no colo” e dar lições sobre a vida, a perda, a derrota, o perdão... assim como um pai faria. A trilha sonora, que costuma ilustrar e direcionar as produções de Crowe (como em Quase Famosos e Vanilla Sky, seus filmes anteriores) é repleta por clássicos e mais clássicos, que dão o tom perfeito de melancolia e, ao mesmo tempo, otimismo para o longa.
Orlando Bloom, apesar de não atingir o que se espera de um ótimo ator, transmite a passividade e a perda de perspectivas na qual o personagem se vê mergulhado e que é necessária para a história. Mas é Kirsten Dunst quem realmente toma conta do filme, com sua interpretação; e Claire, sua personagem, quem pega Drew e o espectador pela mão e os levam para o caminho certo – enfrentar a dor da perda e do fracasso e seguir em frente.

Um comentário:

  1. Esse filme parece ser legal mesmo, sempre quis assistir, até aluguel mas nunca deu.

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