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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fahrenheit 451

Por Sofia Lobo
Imagine uma realidade na qual é proibida a leitura de qualquer coisa. Livros e revistas são incendiados por quem deveria apagar o fogo: os bombeiros. Nesse futuro, a sociedade é controlada pela “Família”, poder totalitário no qual todos os cidadãos são “primos”. A maioria das pessoas é apática e obedece às normas sociais sem questionamentos. Entretanto, existem os rebeldes que colecionam livros e os escondem nos locais mais inesperados. Mas a força repressiva dos bombeiros extermina os livros e prende as pessoas que insistem em quebrar as regras. O argumento utilizado pela Família que justifica a destruição dos impressos é que a leitura, ao transmitir cultura, torna os indivíduos desiguais. Além disso, também cria falsas realidades, tornando-se um escape da realidade.
Guy Montag (Oskar Werner) é um experiente bombeiro que se orgulha de sua função social. Porém, ao conhecer Clarissa (Julie Christie), começa a perceber que seu trabalho não faz sentido, e experimenta ler os livros que deveria destruir. Aos poucos, se revolta contra o sistema. Guarda alguns livros em casa, ato que logo é descoberto por sua mulher Linda (curiosamente também interpretada por Julie Christie). O estopim para abandonar de vez a prática repressiva é quando assiste a morte de uma senhora que preferiu morrer ao entregar seus livros.
Esse é o enredo de Fahrenheit 451 (1966), adaptação da obra homônima de Ray Bradbury. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. O futuro retratado lembra um passado distante na história (quando o Santo Ofício destruía livros considerados hereges que faziam parte de uma “lista negra”) ou não tão distante assim (como a Segunda Guerra e a Ditadura no Brasil). Os bombeiros são encarregados de reprimir a leitura e a televisão é completamente inútil e alienante.
A história segue a mesma linha de outras obras clássicas, como “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley e “1984” de George Orwell.
O filme possui uma atmosfera futurista estranha e sufocante. As pessoas vivem trancafiadas em casa. Possuem apenas a televisão como entretenimento. Ingerem narcóticos que as deixam ainda mais passivas. O autor pode ter exagerado, mas o valor de sua obra está na reflexão que devemos fazer sobre nossa própria realidade. Uma pessoa é “melhor” que outra apenas por ler um livro? Até que ponto a cultura pode tornar os indivíduos desiguais?
Mas o filme também demonstra otimismo (ou utopia?) ao apresentar rebeldes que vivem isolados da sociedade. Eles decoram seus livros favoritos e depois os queimam, assim como os bombeiros. Mas para eles, uma vez que o livro está em sua mente, não é necessário o material. O interessante é que eles se apresentam exatamente com o título do livro.
Bradbury indica, ainda que sutilmente, que talvez exista uma saída para a opressão da Família, e essa saída somos nós mesmos.

4 comentários:

  1. Nessa foto da capa, achei que fosse o justin timberlake rs (é parecido u.u)

    Bejus'
    http://minhaformadeexpressao.blogspot.com/

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  2. Gosto muito muito muito de filmes que retratam sociedas distópicas! Acho realmente interessante! Nunca vi esse filme! (Outch! Eu achava que era cinéfila, mas depois que conheci (você/seu blog), descobri que tenho que comer muito feijão com arroz....hahaha). Wathever!

    Voltando ao assunto... Esse tema tá um misto de Inquisição e ditadura, hein? Pensando bem, todas as sociedades destruiram livros em algum momento da história para não dissiminar o conhecimento. Tem uma frase que diz que o conhecimento é a arma mais poderosa do mundo e eu concordo. Ninguém pode tirar a sua sabedoria e o fato dessas pessoas lerem os livros e depois queimarem, faz sentido. O que está na mente não pode ser arrancado! Todos os grandes revolucionário (ou quase todos) leram livros onde se inspiraram para lutar! Como se pode ir contra o sistema sem saber o que é certo ou errado? A ignorância sempre foi usada (e ainda é, de certa forma) para manter o povo "domesticado".

    Fiquei muito interessada na história.

    Nessa foto da capa, achei que fosse o Justin Timbarlake [2]. hahahahha
    E até me assustei porque acho que o Justin como ator é um ótimo cantor! hahahahaha. Mas vi que o filme é antigo.

    Beijos,
    ;*

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  3. Imagina, queimarem todos os livros?? Vou assistir com certeza.( Não enxerguei o Justin na foto da capa O.o,kkkkk)

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  4. Sabor Baunilha,
    Realmente é um ótimo filme, e livro também, que retratam a opressão que, em vários momentos da História, tentou barrar a disseminação do conhecimento. Mas o importante é o que guardamos na memória o/o/

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