Por Sofia Lobo
Corra, Lola, Corra (Lola Rennt, Alemanha, 1998) é um filme incomum. Dentre tantas classificações que recebeu do público e da crítica (eletrizante, alucinante, frenético, veloz, etc), é fato que faz parte da gama de filmes “cult” e difíceis de entender – não pela profundidade do conteúdo mas por apresentar diversos símbolos (objetos, falas, cenas, cores e personagens) com significados diferentes e que estruturam a sua mensagem.
No início, surge um pêndulo de relógio suspenso no espaço negro que tem uma figura monstruosa. A figura do monstro no relógio representa o tempo, o protagonista do filme. Outro “personagem” é a velocidade. Durante os créditos iniciais, Lola (Franka Potente), representada como um desenho animado, corre sem parar percorrendo diversos obstáculos.
O enredo é banal: Lola recebe a ligação do namorado, Manni (Moritz Bleibtreu), que pede a ela uma prova de amor. Ele precisa de cem mil marcos em 20 minutos, porque perdeu o dinheiro do mafioso para o qual trabalha. Se Lola não conseguir o dinheiro a tempo, Manni assaltará um supermercado; se fracassar, será preso pela polícia ou morto pela Máfia.
Lola corre pela cidade para tentar conseguir o dinheiro e salvar Manni. A partir daí, entram em cena os elementos simbólicos do filme.
Lola possui três chances para salvar Manni. Em cada uma delas, detalhes a tiram do caminho que deveria seguir. Detalhes aparentemente ocasionais, como o encontro com uma senhora e uma criança, com um jovem e sua bicicleta, com funcionários do banco onde o pai de Lola trabalha; e para cada personagem que entra no caminho da jovem, nos são apresentados flashes de futuros possíveis para cada um, influenciados pelo modo como se chocam com Lola.
O que dificulta o êxito final em cada chance da protagonista é a sua própria confiança. Quando corre pelas escadarias de seu apartamento, Lola se depara com um menino e um cachorro. Esses encontros interferem nas próximas corridas e dependem da postura de Lola (se ela se esquiva medrosa do cão, se o enfrenta e se machuca, ou se pula por cima dele).
É interessante também algo que pode passar despercebido. A repetição de vários elementos: os passos de Lola, as batidas das músicas que compõem a trilha, o tique-taque do relógio, etc. Além disso, há uso recorrente da cor vermelha no filme. O vermelho está no cabelo de Lola, na sacola com dinheiro, no sangue, na ambulância... A cor vermelha é um alerta na empreitada da personagem.
Pode-se considerar também a percepção que o filme transmite do ritmo do mundo moderno e globalizado. Ironia ou não, a cidade percorrida por Lola é a antiga Berlim Leste, correspondente à parte Oriental da Alemanha comunista. O ritmo, ressaltado pelas letras e batidas eletrônicas da trilha, é industrial: repetitivo, alienado, desesperador. Lola é uma máquina incansável na busca de seu objetivo.
No face, emcima da imagem tem o link do seu blog.
ResponderExcluirEu ainda não sei como colocar a imagem direcionando para o blog um dia eu aprendo rs.
Beijo
Oi Kell!
ResponderExcluirEsse filme me deixa cansada de tanto vê-la correr rs.
Nossa quanto tempo!!!! Tudo bom por aí?
Imagino..acho que tá todo mundo na correria rs. Tanto é que ando mais avoada do que o normal hohohoh.
E obrigada pelos parabens!
bjs
http://www.empadinhafrita.blogspot.com